Resenha: Carbono Alterado - Editora Bertrand Brasil
Carbono Alterado é um dos lançamentos da Bertrand Brasil e é também uma história comprada pela Netflix e que
será adaptada em uma série produzida pela empresa.
“ Não se preocupe, eles vão armazenar. Era um ditado popular cem por cento ambíguo. É uma fé cínica na eficiência do sistema penal e uma dica para atingir o estado de espírito esquivo necessário para navegar por entre os rochedos da psicose. ”
Criei altas expectativas a cerca dessa leitura e mesmo não tendo sido
tudo que esperei da obra ela foi uma leitura incrível que me rendeu bons
momentos de reflexão sobre o caminho que trilhamos e o quanto ele se aproxima
do que li nessa obra, e supriu bem as expectativas que criei.
Takeshi Kovacs é um ex-emissário da ONU
que teve sua mente reencapada em um corpo terrestre e agora precisa precisar
trabalhar para um milionário chamado Laurens
Bancroft como detetive, investigando
um suposto suicídio, o suposto suicídio de Bancroft.
Kristin Ortega é uma policial terrestre que trabalha para a Divisão de Danos Orgânicos, e foi a primeira a investigar o suposto suicídio malsucedido de Bancroft e acabou fechando o caso por falta de provas, e agora não está satisfeita com um estranho de outro mundo investigando seu antigo caso.
Kristin Ortega é uma policial terrestre que trabalha para a Divisão de Danos Orgânicos, e foi a primeira a investigar o suposto suicídio malsucedido de Bancroft e acabou fechando o caso por falta de provas, e agora não está satisfeita com um estranho de outro mundo investigando seu antigo caso.
Imaginem um livro incrível, mas complicado, em alguns momentos da
leitura me senti completamente perdida com alguns dos termos inventados e/ou
utilizados pelo autor, mas tudo isso ficou um pouco de lado quando me via perdida
no universo fantástico que Morgan criou com tanta maestria. A obra é a primeira
que leio nessa mistura de gêneros, scifi,
suspense investigativo e romance policial,
tudo numa única obra que mesmo em suas quase 500 páginas não conseguiu perpassar
a dimensão do universo criado pelo autor, mas me deixou apaixonada e encantada.
Infelizmente o livro não é apenas maravilhas, e como bem sabem sinceridade é importante quando falamos de uma obra e no caso de carbono alguns pontos devem ser comentados, como citei acima a um número gigantesco de termos que o leitor desconhece e infelizmente não a explicações sobre eles, não sabemos seus significados e ficar a cargo do leitor tentar adivinhar pelos poucos exemplos citados na obra.
Infelizmente o livro não é apenas maravilhas, e como bem sabem sinceridade é importante quando falamos de uma obra e no caso de carbono alguns pontos devem ser comentados, como citei acima a um número gigantesco de termos que o leitor desconhece e infelizmente não a explicações sobre eles, não sabemos seus significados e ficar a cargo do leitor tentar adivinhar pelos poucos exemplos citados na obra.
Takeshi Kovacs é um
personagem que poderia ser mais interessante e carismático mas senti que faltou
algo no personagem, só seu lado mais dinâmico e ativo e todas as cenas de ação
que protagoniza não são suficientes pra que o leitor se prenda a ele, pelo
menos eu como mulher me senti totalmente de fora e perdida dentro das
subjetividades e momentos de ‘’fraqueza masculina’’ do personagem, senti que
faltou conexão, que pode ter sido algo comigo ou com ele, ainda não consegui
entender isso haha.
Outro ponto pertinente a cerca de Kovacs é a construção de sua individualidade que se perdeu no processo de reencapamento, Kovacs é um homem de traços asiáticos mas foi reencapado ( no caso sua mente foi colocada em outro corpo) no corpo de um homem branco, completamente diferente dele e essa não identificação inicial do personagem foi algo que me incomodou do início ao fim, senti que o autor foi um pouco infeliz nisso, poderíamos bem usar o termo Whitewashing nesse caso.
Outro ponto pertinente a cerca de Kovacs é a construção de sua individualidade que se perdeu no processo de reencapamento, Kovacs é um homem de traços asiáticos mas foi reencapado ( no caso sua mente foi colocada em outro corpo) no corpo de um homem branco, completamente diferente dele e essa não identificação inicial do personagem foi algo que me incomodou do início ao fim, senti que o autor foi um pouco infeliz nisso, poderíamos bem usar o termo Whitewashing nesse caso.
Mesmo com as ressalvas mais negativas sobre a obra eu gosto das críticas
que Morgan trouxe dentro desse contexto fictício, de forma bem futurística ele deixa
reflexões sobre o rumo que estamos trilhando atualmente e o quanto nosso futuro
pode ser tornar ainda mais cruel, e o quanto ainda podemos perder da nossa
subjetividade, individualidade e direitos humanos nessa busca incansável pelo
desenvolvimento tecnológico, e foco no poder e dinheiro.
Também traz de forma bem irônica e sarcástica uma crítica a influência fanática das religiões, que deixou em aberto ao leitor a reflexão sobre essas influências mediadas pelo fanatismo e as consequências disso tudo.
Também traz de forma bem irônica e sarcástica uma crítica a influência fanática das religiões, que deixou em aberto ao leitor a reflexão sobre essas influências mediadas pelo fanatismo e as consequências disso tudo.
“ Seres humanos. Nunca os entendi”
Carbono Alterado é uma obra futurista bem interessante, é bem construída pra um
primeiro livro de série mas não me conquistou completamente pelas pequenas
questões sociais que encontrei e também pela falta de carisma do personagem
principal, mas não deixa de ser uma incrível obra de scifi que merece ser lida.
Então leia, tire suas conclusões e vamos conversar sobre ele.
0 comentários