Entrevista com Evie Wyld, autora de Onde Cantam os Pássaros

by - quarta-feira, março 08, 2017



Se você leu esse livro, talvez esteja com uma pulga atrás da orelha até hoje, sobre a existência daquele "monstro" que atacava as ovelhas de Onde Cantam os Pássaros.
Recebi muitos comentários positivos e negativos, sobre como foi uma leitura distinta, ou como não foi compreensível. Eu, particularmente, AMEI esse livro, pois foi uma experiência completamente diferente do que eu já tinha lido ao longo dos anos, afinal, nos capítulos ímpares temos um presente linear da personagem e nos capítulos pares, o passado dela é contado de forma regressiva.

A Evie Wyld consegue trazer presente e passado ao mesmo tempo, descrevendo a vida da Jake Whyte e os mistérios que envolvem esse caminho.

Onde Cantam os Pássaros faz parte do selo Darklove da editora Darkside Books, que é uma linha exclusiva para autoras e não podíamos deixar de fora, nesse especial que tem tudo a ver com a temática feminina. A edição desse livro é tão linda que fiz um PhotoQuote com meus trechos favoritos e detalhes do livro, clica aqui.


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Essa entrevista foi realizada no final do ano passado, e graças a Débora que me ajudou na tradução (ou seja, traduziu quase tudo) vamos conhecer um pouco mais da mente dessa autora e quem sabe descobrir alguns segredos que envolvem o livro.


1. De onde surgiu a ideia de escrever uma história em ordem inversa, que pode ser lido de trás para frente?

A história de trás pra frente, começando na memória mais recente da Jake na Austrália, de volta as memórias de infância dela, aconteceu porque eu estava me perguntando como as memórias funcionam. O que você está fazendo quando você está tentando ignorar alguma coisa do seu passado?

Você tenta trabalhar isso, pensando sobre, então isso pareceu uma estrutura natural. Escrever se tornou resolver os problemas de matemática  até o final. Eu tive que escrever sobre cada capítulo, mas eu amei colocar essas duas coisas juntas (presente e passado), uma do lado da outra, mesmo que elas, não necessariamente pertençam uma a outra, porque isso tecnicamente cria uma terceira atmosfera.

Então isso cria uma terceira atmosfera que depende de quem é o leitor. Algumas pessoas, vão imediatamente fazer ligações sobre quem é o que em cada parte e conseguir ver exatamente o que está acontecendo e algumas outras não vão conseguir isso. E eu acho que é isso tudo que importa.


2. O que todo mundo quer saber é: realmente existiu um monstro que atacava as ovelhas e que não foi revelado, ou foi um pretexto pra deixar os leitores curiosos e que cada um pudesse dar a sua interpretação?

 Eu penso que há muito mais às vezes, na ficção. Eu sou uma grande fã de filmes de terror, mas eu sempre poderia perder o último terço deles. Há a coisa emocionante e excitante que está acontecendo, e então eles têm que mostrar o monstro, e o monstro acaba por ser uma aranha gigante do espaço e então você bate e ela está morta. Torna-se mortal e tem necessidades humanas e sempre se sente uma vergonha.

Somos uma geração que precisa ter problemas resolvidos para nós na ficção. Há um desejo de simplificar tudo para que você possa amarrá-lo, embalá-lo em uma caixa, e nunca mais pensar sobre isso. Estou muito mais interessada em deixar o leitor se perguntando o que aconteceu, e me perguntando o que está acontecendo agora.


3. De onde surgiu a ideia de escrever este livro? E quando teremos um novo livro?

Eu estava pensando muito sobre a culpa, antes de escrever esse livro. Como os assassinos nascem de novo e encontram Deus, depois que são pegos, dando-se as mesmas oportunidades de perdão.

Sobre o resto de nós, que somos ateus, e não conseguimos acreditar em algo que nos perdoe e quando não temos alguém da família para pedir esse perdão.


4. Qual pergunta e/ou elogio mais estranho ou diferente você já recebeu sobre seus livros?

Alguém me disse uma vez que uma cena que eu tinha escrito o tinha feito vomitar. Eu tomei isso como um elogio.

5. Envie uma mensagem aos seus leitores brasileiros.

Obrigada! É emocionante saber que estou sendo lida em uma língua diferente. Eu adoro acompanhar essas coisas pelo Twitter, essa edição rosa é incrível, é totalmente diferente de qualquer outra versão do livro.



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6 comentários

  1. Eu achei a ideia de escrever o livro de com duas possibilidades de leitura muito sensacionais. Tenho namorado esse livro há algum tempo porque achei a proposta dele bem interessante, mas depois de ler a entrevista eu fiquei muito curiosa com a escrita da autora, que parece ser genial.

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    1. Ela é genial mesmo! Foi isso que me encantou na leitura, no começo é meio difícil, porque é bem diferente, força você a pensar mais. Mas é isso que apaixona.

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  2. Me segura: Como assim podemos ler o livro de traz pra frente? genteeem quero isso na minha vida, um livro mengá kkk. Quero muito ler esse livro, mas cadê o dinheiro? Como sempre arrasamos nas edições né mores? Que outro país teria uma edição tão linda?

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    1. SEGUUUUUUUUUUUUURO! ahahaha ai amiga, você tem que ler sério, sua mente de psicóloga vai tirar altas conclusões. É um livro bem forte, é sobre sermos humanos.

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  3. Adorei a iniciativa Yara! Esse livro é muito bom. Mas venhamos e convenhamos, ela enrolou pra não falar sobre o monstro na entrevista kkkk A edição brasileira realmente é muito linda! Abraços!!

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    1. KKKKKKKKKKK na verdade eu acho que ela quer deixar pro leitor imaginar, ela não quer dizer o que tem na mente dela.

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