O livro O Último Adeus da autora Cynthia Hand foi publicado em 2016 pela editora Darkside Books, comprei o livro logo na época que lançou e ele fez muito sucesso por se tratar de um tema apesar de muito recorrente, pouco debatido, o suicídio. 

Depois de longos dois anos eu finalmente tive a coragem para fazer essa leitura tão bem recomendada e ao mesmo tempo tão difícil. Antes de começar a ler, perguntei a vocês lá no meu Instagram (clique aqui e me siga) e vocês mandaram eu preparar um balde e uma caixa de lenços porque muito choro estava por vir, será mesmo?

Em O Último Adeus nós temos a visão da Alexis contando como é tentar seguir a vida depois do suicídio do irmão, Tyler. O livro é narrado por ela e a visão da história acaba sendo muito limitada, o que pra mim foi o único ponto negativo da leitura. O leitor tem apenas a versão dos fatos pelo ângulo da Lex, ou seja, tudo o que sabemos sobre o Ty e os pais deles, amigos e todos os envolvidos vem da percepção e da visão dela.

O livro começa com a Lex contando que iniciou uma terapia a pedido da mãe e pelo fato de não conseguir se comunicar com o terapeuta, recebeu dele um caderno pra escrever os momentos que ela se lembra com o irmão ou sobre ele.

Lexie é uma nerd que ama as ciências exatas, está no último ano do ensino médio e vivia uma vida rodeada de cálculos, amigos e do namorado. Os problemas começaram a acontecer quando os pais dela se separaram. A mãe dela sofreu bastante pois o marido deixou a família pra viver com outra mulher, e os filhos acabaram envolvidos no meio de tudo isso.

Algum tempo depois dessa separação o Tyler acabou cometendo sua primeira tentativa de suicídio por meio de ingestão exacerbada de medicamentos, que acabou não sendo efetivada já que a família conseguiu levá-lo a tempo para o hospital. Foi um susto para a família, mas o Tyler prometeu que sempre que se sentisse mal ou tivesse esses pensamentos autodestrutivos iria ligar ou mandar mensagem para a irmã.

Algum tempo depois, alguns dias antes do Natal o Tyler suicidou-se com uma arma. A única coisa que ele deixou foi um post-it com a frase "desculpa, mãe, mas eu estava muito vazio".

A Alexis se sente culpada por não ter respondido uma mensagem do irmão, por estar ocupada no momento em que o irmão se matou e por não ter percebido ou conseguido ajudar. A culpa é compartilhada entre todos os membros da família, a mãe por não ter ajudado o filho, o pai por ter abandonado a família.

Como se vive depois que alguém que você ama tira a própria vida? Essa é uma resposta difícil de encontrar, e o livro é sobre isso. É sobre conseguir se perdoar, conseguir perdoar a pessoa que se foi e conseguir dar um novo sentido pra vida.

Eu pensei que choraria do início até o fim da leitura, mas por incrível que pareça a escrita da Cynthia Hand é dão delicada, ela conduz a história de uma maneira tão leve que em alguns momentos parecia mais que eu estava lendo um livro de romance, um livro juvenil e leve. Se você pensa que a história é apenas sobre a morte do Tyler, você está enganado. O livro é sobre a vida da Alexis, sobre como era a vida dela antes, com namorado e amigos e como ficou a vida dela depois disso. É um livro sobre amadurecimento e é muito lindo ver isso na personagem.

É claro que eu não poderia ter escapado das lágrimas, mas elas só vieram nas últimas páginas, pois todo o livro é narrado de uma forma que o leitor só presencia o suicídio do Tyler no final e é isso que faz o leitor sentir o peso de uma bomba caindo bem no meio do coração. CHOREI, MAS C-H-O-R-E-I de verdade e foi muito bonito, o final do livro é uma coisa linda.



SE VOCÊ em algum momento se sentir sozinho e que sua vida não vale a pena, lembre-se que existem milhões de coisas que você ainda pode fazer, que sempre vai ter alguém que vai sentir sua falta E QUE VOCÊ NÃO ESTÁ SOZINHO. Ligue gratuitamente no 188  que um voluntário do CVV - Centro de Valorização da Vida vai te ouvir e te ajudar. Caso não queira ligar você pode falar pelo chat clicando AQUI ou visitando o site cvv.org.br

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